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Entrevista com a escritora Raquel Pagno

Por Ana Cláudia Esquiávo

Hoje, o Literaleitura traz a premiada autora Raquel Pagno. Nascida na cidade de Lages em Santa Catarina, Raquel é membro das Academias de Letras e Artes de Fortaleza, Goiás Velho, Vitória e Valparaíso, no Chile.
Raquel é graduada em Administração, escreve desde a sua infância e recebeu diversos prêmios como o Diamonds of Art and Education – Abrasa em 2013 e o Latino Americano de Excelência Artística no mesmo ano.  Suas obras foram traduzidas em quatro idiomas, sendo que o romance Seablue recebeu a premiação Interarte na categoria Melhores Romances no ano de 2014.


            Embaixadora da Devine Académie Français des Arts Lettres et Culture em Paris, a autora também integra o Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa.  
               Em entrevista para o blog Literaleitura, Raquel fala sobre a sua carreira literária e  projetos futuros. 

Literaleitura: Você cursou Administração, é desenhista técnica e trabalhou na área de construção civil. Como a literatura surgiu na sua vida?

Raquel Pagno: Apesar de trabalhar em áreas distintas, cresci entre os livros. Minha mãe comprava aquelas coleções de clássicos da Disney e, por ser a irmã mais nova de cinco, tive contato cedo com uma literatura mais adulta. Sempre gostei de ler e, desde que aprendi a juntar as primeiras letras, de escrever. Quando era criança, tudo o que queria na vida era desenhar casas e escrever livros. Deu certo. Rs

L: Quais foram as suas inspirações para escrever Legado de Sangue e Herdeiro da Névoa? Eu li em uma entrevista que esse último livro você levou um ano e meio só para pesquisas.

Raquel: A ideia inicial de Legado de Sangue veio de um sonho. Depois, juntei isso com a vontade que eu já sentia de escrever sobre vampiros e mais algumas coisas que fui encontrando no período de pesquisa. A ligação vampiros/bruxas já existia no conto Asher, e decidi utilizar também nesse livro. Porém, os bruxos não são baseados em narrativas de fantasia, como Harry Potter e afins onde são cheios de poderes extraordinários, mas sim na concepção de bruxos da idade média, ou seja, simplesmente pessoas que tem alguma característica peculiar. No caso, coloquei algo no sangue dessas pessoas, para fechar com o que eu precisava para o desenvolvimento da história.
Já o Herdeiro da Névoa veio de uma conversa com um antigo cliente que estudou direito em Paris mais ou menos na mesma época em que coloquei o Inácio. Achei a experiência dele incrível, as dificuldades que passou na França sem conhecer ninguém, nem dominar o idioma francês. Por não conhecer Paris, obviamente, tive bastante dificuldade para montar a ambientação da história. Levei um ano e meio pesquisando sobre a Paris do início de 1950, tanto geograficamente quanto os hábitos, costumes, vestimentas da época. Descobri muitas coisas que eu nem imaginava, por exemplo, que nessa época em Paris já existia metrô e que os automóveis ainda dividiam espaço com as carruagens, charretes e até mesmo bondes movidos por tração animal. Foi trabalhoso, mas adorei o processo.

L: Você possui horários e ambientes preferidos para escrever?

Raquel: Eu sou muito desregrada. Não tenho horário nem local fixo para escrever. Em geral, rendo mais pela manhã e a noite não consigo render quase nada. Já aconteceu de eu estar andando na rua, ou fazendo algum trabalho em campo e parar por horas para escrever quando a ideia veio.

L: Quais autores mais lhe inspiram?

Raquel: Acredito que a gente absorve algo de tudo o que lê e que tudo pode servir de inspiração. A cada novo livro que escrevo, procuro ler autores do mesmo gênero e aprender o máximo com todos eles. O que mais admiro, e que gostaria de escrever parecido, é Carlos Ruiz Zafón, então posso dizer de certa forma ele é o autor que mais me inspira.

L: Você enfrentou muitas dificuldades antes de publicar o seu primeiro livro?

Raquel: Não, pois não foi uma coisa que eu tenha procurado exatamente. Pelo menos não pelos métodos tracionais. Escrevi por muitos anos sem a intenção de publicar. Quando a ideia surgiu, coloquei um texto (Rubi de Sangue) num site de escritores e editores e, para minha surpresa, comecei a receber propostas, principalmente de editoras portuguesas. Acabei assinando com uma que não me cobrou para publicar.

L: Quais são seus planos para o futuro e projetos atuais?

Raquel: No momento estou trabalhando na divulgação do lançamento do livro O Autor que acaba de sair pela editora Fonzie e planejando o lançamento do ano que vem. Ao mesmo tempo escrevendo um livro solo e outro em dupla, com intenção de publicar em 2019 e 2020.

L: Qual é o seu estilo literário preferido?

Raquel: Não tenho um preferido. Leio e escrevo de tudo. Depende do meu estado de espírito.

L: Quais os conselhos você daria a um aspirante a escritor?

Raquel: Leia muito, estude sempre, escreva sobre o que você quiser e quando quiser. Nunca desista, seus escritos vão fazer a diferença na vida de alguém.



Ana Cláudia Esquiávo é jornalista e escritora

2 comentários:

  1. Oi,
    Que legal ver a entrevista da Raquel por aqui.Nossa ela teve muita sorte mesmo em publicar seu primeiro livro,para 99% dos escritores é uma busca constante por um meio de publicação e parece que foi bem simples no caso dela. Li Herdeiro da Névoa dela e gostei bastante da história.Desejo muito sucesso a autora.
    Beijos
    Raquel Machado
    Leitura Kriativa
    http://leiturakriativa.blogspot.com.br

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